Qual a ideia que você tem do médico Psiquiatra?
Eu te convido a uma breve reflexão a respeito do meu trabalho, que muito está relacionada em desconstruir uma ideia distorcida da psiquiatria.
Veja, historicamente a doença mental está relacionada à segregação, posto que o principal ambiente do tratamento era uma estrutura manicomial.
Vamos imaginar duas situações:
“Fulano está indo no psicólogo…”
“Que bom que ele está indo procurar ajuda.”
“Ah! Agora vai melhorar!”
“Fulano está indo no psiquiatra!”
“Deve estar muito mal, está louco…”
“Vai ter que tomar remédio…”
“Deve estar faltando Deus no coração…”
Há todo um contexto histórico que criou essa ideia no imaginário das pessoas de que o psiquiatra é “o médico do louco”. Hoje, com maior conhecimento dos mecanismos envolvidos no funcionamento da mente humana e tratamentos mais modernos e eficazes, uma pequena parcela dos pacientes precisa de um regime de internamento.
De uma forma simplificada, imagine que os pensamentos, as emoções, o humor e inclusive alterações de comportamento, nada mais são que expressões das experiências de vida e resultantes das relações entre o indivíduo e o meio. Este é o “campo de estudo” da psiquiatria. Por vezes o impacto destas experiências na sua vida, ou de alguém próximo, pode configurar o que chamamos de Transtorno Mental.
O psiquiatra, nada mais é que, o médico do pensamento, do comportamento e das emoções.
Ao contrário de outras especialidades médicas, muitas vezes pautadas pelo exame físico, exames laboratoriais e de imagem (além de uma boa entrevista), na psiquiatria não existe nenhum exame que você pode fazer e que irá me mostrar quais os pensamentos e sentimentos que estão dentro de você. É necessário tempo e um espaço confortável para se abrir…
Somente através de uma conversa aberta e franca é possível acessar os conteúdos mentais no intuito de uma melhor avaliação dos motivos do sofrimento (comportamentais, biológicos, reacionais).
O consultório do psiquiatra é o local ideal para juntos, discutirmos sem julgamentos, sobre as possíveis soluções para o que te deixa inquieto e, porque não dizer, até para o seu sofrimento. Há várias formas de lidar com um mesmo problema, a partir de diferentes abordagens que se complementam. Nem sempre o remédio é a saída para o que te aflige. Frequentemente indico abordagens como: psicoterapia, mudança de estilo de vida; técnicas de relaxamento; habilidades para resolução de conflitos, entre outras.
Eu sou alguém que gosta muito de conversar e a psiquiatria foi um caminho natural, uma vez que a base do trabalho do médico psiquiatra é o diálogo. Tenho como premissa conhecer a história de vida de cada pessoa, porque só assim, é possível compreender as reais necessidades e as abordagens mais adequadas para construirmos um resultado positivo.
