Você sabe o que o Nefrologista faz?

Você sabe o que o Nefrologista faz? Muitas pessoas não conhecem essa especialidade médica e normalmente marcam uma consulta somente quando recebem a indicação de um clínico geral ou de outro especialista. Isso acontece muito, principalmente porque não existem orientações sobre como saber se os rins estão saudáveis. Mas é aí que o médico Nefrologista atua: ele avalia e cuida da saúde dos rins.

Nesse momento você pode estar pensando: “meu exame de sangue está normal há 30 anos, com certeza eu não tenho nenhum problema nos rins”. Mas imagine que assim como a pele envelhece, os seus rins também acompanham esse processo natural do corpo, só que ao contrário da pele, ele não dá sinais claros desse envelhecimento e, muitas vezes, nem de doenças.

Mas então como saber se os rins estão saudáveis? Vou te explicar!

Existem casos raros que acontecem exclusivamente nos rins. Porém, a maioria dos problemas é decorrente de excessos e descuidos ao longo da vida. A forma como você se alimenta, se pratica ou não alguma atividade física e principalmente, se você é uma pessoa que segue as orientações médicas ou não. Esses são fatores determinantes para doenças renais.   

Pode ser que você não tenha nenhum sintoma claro da doença e que por conta disso pense que está saudável, mas as doenças renais costumam ser silenciosas. Além disso, algumas vezes os sinais passam despercebidos, porque se confundem com sensações do dia a dia, como um cansaço sem justificativa, inchaço, leve desconforto ao urinar, alteração de frequência e cor da urina ou ainda uma dor lombar.

Como diagnosticar?

Para identificar possíveis anormalidades, existe um exame laboratorial que avalia indiretamente as funções dos rins, ele é chamado de creatinina. Apesar de ser muito importante, o resultado desse exame é acompanhado de um paradoxo da Nefrologia: nem sempre um exame que está dentro da normalidade significa que as coisas estão funcionando muito bem. Por isso não podemos olhar este exame isoladamente. O ideal é avaliar também se há perda de proteínas pela urina e ter um exame de imagem dos rins (ex: ultrassonografia).

Como tratar uma doença nos rins?

Há diversas causas para problemas nos rins (Ex: hipertensão, diabetes, medicamentosa, doenças familiares, hereditárias, reumatológicas, oncológicas…). Por isso é importante identifica-las para se iniciar o acompanhamento e tratamento individualizados.

Uma vez diagnosticada a doença renal crônica, ela deve ser tratada pelo resto da vida. Apesar de existirem alternativas para isso, é muito importante procurar um médico Nefrologista antes que qualquer sintoma grave apareça, lembre-se que as doenças nos rins costumam ser silenciosas e a aparição de sintomas pode estar associada a quadros graves.

Atuar na prevenção das doenças é a melhor escolha, é fundamental identificar precocemente a causa do problema. A combinação entre orientação médica e mudança de hábitos de vida costuma valer muito mais do que qualquer remédio. Por isso, respeite as indicações do seu Nefrologista sempre.

Se você se identificou com o que foi dito aqui ou lembrou de alguém que pode se interessar por essas informações, compartilhe essa cartilha. Essas orientações não substituem uma consulta médica com um especialista, mas servem para auxiliar na compreensão do processo fisiológico e de envelhecimento.

E fique tranquilo: consultas não estão resumidas a exames e remédios, o mais importante é investigar detalhadamente a história de cada pessoa, ajudar você a melhor compreender seu organismo e resgatar a conexão humana. Só assim é possível escolhermos juntos o melhor tratamento, sempre construindo um diálogo capaz de transformar os próximos anos da sua vida. Procure um especialista e viva melhor.

*Fonte: https://www.kidney.org/kidneydisease/global-facts-about-kidney-disease

Informações abaixo para próxima cartilha

Como saber se os rins estão saudáveis?

O nosso organismo dá sinais de anormalidades, mas é preciso saber identificá-las. Por isso listamos aqui os sintomas mais comuns, confira:

Cor da urina

Os rins filtram o sangue e eliminam o excesso de substâncias e impurezas em forma de urina, por isso a sua cor é um indicativo importante. O ideal é que ela seja límpida, com cor entre amarelo claro (diluída) e amarelo escuro (concentrada), mas na maior parte das vezes, essa variação apenas reflete a quantidade de água que você bebe diariamente. No entanto, se a coloração está turva pode ser um sinal de infecção; já a urina alaranjada pode ser por conta do uso de medicamentos ou até por razão de um problema hepático; mas se ela estiver com cor avermelhada é um sinal alarmante que pode indicar um problema grave, por isso marque uma consulta.

(Inserir uma escala de cores do amarelo mais claro ao vermelho, para exemplificar as tonalidades que são normais ou que indicam doenças).

Volume e frequência

O normal é urinar a cada 4-6 horas durante o dia e poucas vezes durante a noite. Um adulto saudável elimina de 700 ml a 2 litros de urina por dia. Se você vai muitas vezes ao banheiro ou quase não vai, se você levanta várias vezes durante a noite para urinar ou se precisa fazer muito esforço para esvaziar a bexiga, estes são sinais de que seus rins podem estar com alterações.

Inchaço

Preste atenção se os pés e as pernas ficam inchados e se esse sintoma piora ao longo do dia, esse é um indicativo importante, mas não está necessariamente associado aos rins. No entanto, se você notar um inchaço matinal ao redor dos olhos, bem provável que seja um indicativo de doença renal.

Anemia

Existem diversas causas de anemia além da deficiência de ferro. Se você dorme regularmente, tem uma alimentação equilibrada mas se sente muito cansado ao longo do dia, pode ser que seu rim não esteja exercendo suas funções normalmente, causando assim uma anemia.

Dor lombar

A má postura e a falta de movimentação adequada costumam ser causas da dor lombar, mas esses sinais podem estar relacionados com problemas nos rins. Se você sente dor localizada apenas de um lado das costas (direito ou esquerdo), se ela vai em direção ao abdome e se essa dor não fica mais intensa quando o local é apalpado: fique em alerta! Isso pode indicar pedra nos rins ou até mesmo uma infecção.

De acordo com o National Kidney Foundation, estima-se que 10% da população mundial possui algum grau de doença renal crônica e que desse total, 90% não sabe que tem a doença. Somente 10% dessas pessoas realizam um tratamento, são cerca de 2 milhões de pacientes em terapia renal substitutiva, ou seja: os rins não funcionam mais e é preciso um tratamento que exerça a sua função. Nesse caso, existem três alternativas:

  • Hemodiálise: uma máquina realiza o trabalho dos rins, filtrando o sangue no organismo. Esse tratamento é feito de 3 a 4 vezes por semana, cada sessão dura cerca de 4 horas e deve ser feita em clínicas ou hospitais.
  • Diálise peritoneal: uma solução medicamentosa é infundida na cavidade abdominal diariamente, através de um catéter específico.
  • Transplante renal: é a melhor opção de tratamento para doenças em estágios avançados, mas exige acompanhamento médico rigoroso e uso de medicamentos contínuos após o transplante. Além disso, é importante considerar fatores de compatibilidade e disponibilidade de um doador de órgãos.

Dr. Mauro César Bertuzzo Kinoshita

Dr. Mauro é um especialista com alta capacidade técnica. Em sua consulta oferece o melhor da medicina moderna, orientado a promoção de saúde e prevenção.

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